Entrevista deste mês

Anteriores:

Luiz Pinguelli - setembro de 2001

'Falta uma política para o desenvolvimento'

Porquê um país como o Brasil, dotado de amplos recursos hídricos e dispondo de um sistema de geração de energia barato e seguro, chegou à crise atual? "Porque o país é administrado à luz de interesses financeiros". A resposta é dada pelo físico especialista em energia Luiz Pinguelli Rosa, professor da UFRJ e vice-diretor da Coordenação de Programas de Pós-graduação de Engenharia (COPPE). Seu mais novo livro, sugestivamente intitulado de "O Apagão", é uma coletânea de artigos seus publicados ao longo de dez anos em importantes jornais do eixo Rio-São Paulo. Neles, o professor alertava para a ameaça de racionamento, potencializada pelas privatizações.
Para ele, a desestatização do setor hidrelétrico não representou a melhora dos serviços para a população, mas se resumiu à entrega de empresas lucrativas aos grupos privados. Faltaram investimentos, e os reservatórios, construídos para resistir às oscilações climáticas, foram se esvaziando. O aumento do consumo após a estabilização do real agravou a situação.
O sistema hidrelétrico brasileiro contava com usinas amortizadas, que geravam energia quase de graça, e por isso bastante lucrativas. Não existia lógica em vendê-las, mas o governo precisava saldar suas dívidas. No último dia 20 de agosto, brasileiros foram às ruas no sul do país para manifestarem-se contra a privatização da Companhia Energética do Paraná (Copel). Pinguelli, no dia seguinte, em entrevista a uma rádio, declarou-se indignado com a persistência do governo em vender empresas estratégicas, cumprindo cegamente as recomendações do Fundo Monetário Internacional. A Copel registrou lucro de R$ 430 milhões no ano passado.
Pinguelli acha que o Brasil deveria ter uma postura diplomática mais atuante. "Isso não implica necessariamente num confronto total com os interesses do mundo desenvolvido, mas exige uma estratégia para exercer alguma barganha e buscar um reordenamento das relações econômicas mundiais". A solução seria a formação de novas alianças, inclusive um estreitamento das relações com a União Européia, em que a Itália poderia exercer um papel fundamental.
Descendente de imigrantes italianos, Pinguelli morou em Trieste durante dois anos e meio, onde desenvolveu trabalhos importantes em Física. Ele elogia a riqueza cultural da Itália, e acha que faltam parcerias que beneficiariam ambos os países em áreas ainda pouco exploradas.

Comunità Italiana - Você tem dado muitas palestras e seminários. Quais os pontos que estão sendo abordados e que não estão sendo vistos na grande mídia de um modo geral?
Luiz Pinguelli - É difícil resumir porque o problema vai se esclarecendo um pouco, mas vai se obscurecendo de outro lado. É um jogo político. A crise de energia elétrica não é uma crise só de energia elétrica. É um sintoma de uma crise do modelo econômico que dá prioridade ao aspecto financeiro monetário, em particular ao jogo das dívidas públicas, externa, interna, e ao controle monetário do governo, cortando despesas e privatizando para obter caixa e novamente privatizando. O que conduziu, pelo menos no caso da Argentina, a um absoluto colapso. Fosse no Brasil já estaria numa crise social, porque a Argentina é um país com menor desigualdade social. A discussão maior é que esta crise revela um modelo inviável para o Brasil. Talvez bom para um país desenvolvido, que tenha outros mecanismos para o controle social e para o controle econômico. Mas o país é deixado no mercado sob influência dos interesses estrangeiros. Grupos que aplicam e desaplicam, investem, não investem, resolvem produzir, param de produzir, exportar, importar, num país sem marinha mercante e sem controle de tecnologia. Mesmo assim algumas áreas de pesquisa tecnológica ainda sobrevivem e, a despeito da intenção dos economistas do governo, estão bem estruturadas. Eles são como marcianos invasores que entram na economia do país sem prestar atenção em problemas como energia. Eles vêem a questão por um ângulo só. A crise de energia revela isso. Foi publicado agora um livro meu que é uma coletânea de artigos que escrevi na Folha de São Paulo de dez anos para cá. Um dos últimos que escrevi se chama "A culpa não é de São Pedro". É óbvio que não é a chuva. Isso não exige uma análise maior. Qualquer pessoa que entenda minimamente da área de energia elétrica no Brasil sabe. Entretanto o presidente da república manteve essa afirmação imbecil porque foi levado pelos seus assessores a afirmar isso. De quem é a imbecilidade? Do Pedro Malan e do grupo de economistas que orientam o governo, que faz o governo cometer uma imbecilidade no campo elétrico a ponto de o presidente da república, que é um homem culto, inteligente, falar uma imbecilidade. Dizer que era a chuva a responsável, dando argumentos bobos para isso, como a comparação de alguns números errados, foi uma vergonha para todos nós. Até o próprio relatório da Agência Nacional de Águas, cujo presidente é da própria confiança do governo, denunciou agora esse erro, depois de meses em que Fernando Henrique repetiu a mesma bobagem. O sistema era protegido para a falta de chuvas.

Comunità - Com 5% de risco...
Pinguelli - Ele era definido com 5%. Você tinha um modelo matemático em que se levava em conta dados históricos e preparava-se o sistema, dimensionava-se a quantidade de água que deveria ficar armazenada em reservatórios para enfrentar a pior seca possível e imaginável. E não ocorreu essa pior seca. Se tivéssemos os reservatórios, teríamos água para essa fase de pouca chuva, que já ocorreu no passado. Mas eles foram se esvaziando, o que também não foi de repente. Eles se esvaziaram de 95 em diante.

Comunità - Mas choveu muito em 2000...
Pinguelli - 2000 foi um ano bom de chuvas. E eles apostaram. Sempre como jogadores. Porque o Armínio Fraga, do Banco Central, é uma espécie de jogador de poquêr financeiro, que arrisca, ganha, perde. Tem alguns truques.

Comunità - Ouvi dizer que você tem certa aversão aos economistas que operam nesse cassino financeiro.
Pinguelli - Tenho até grandes amigos economistas, admiro profundamente o Celso Furtado e uma porção de grandes economistas que criaram uma escola de economia no Brasil, da qual participam pessoas como Maria da Conceição Tavares, Ricardo Lessa, Luciano Coutinho, Reinaldo Gonçalves... Há muitas pessoas que são muito importantes na área de economia no Brasil. Critico esses economistas da jogatina, que quase nunca são economistas. São engenheiros. Não têm uma formação cultural em economia, são engenheiros formados no Brasil, bons, de boas escolas, com uma matemática boa em sua cultura, e foram para os EUA, fizeram doutorados pragmáticos em escolas de economia boas, mas visando esse mercado. Não têm uma formação histórica, não têm uma cultura econômica, são ignorantes na própria epstemologia de seu campo, que é onde se vê as diferentes idéias em confronto. São capazes de manejar, de operar um sistema, e têm uma inteligência aguda para isso, mas funcionam para objetivos que não são os do país. Não são adequados para os problemas do Brasil, que necessita de uma sensibilidade para o problema social. A questão da energia brasileira é específica. Eles quando quiseram privatizar o setor chamaram a Coopers & Lybrand inglesa. O relatório da Coopers & Lybrand é uma obra-prima da imbecilidade mundial.

Comunità - Sem preocupação com a realidade do país?
Pinguelli - Preocupação não, erro! Eles esqueceram que o Brasil é um país geração hidrelétrica. Aplicaram o modelo inglês, que é de geração termelétrica. Não olharam para onde estavam estudando, pegaram o modelo e aplicaram aqui. Perderíamos o equivalente à Itaipu. Porque o sistema hidrelétrico brasileiro funciona otimizado, é preciso que haja um equilíbrio no uso da água, para que você possa tirar o melhor proveito do sistema. O modelo inglês faria simplesmente perder essa otimização, o que eqüivaleria na prática, a desligar Itaipu, que é a maior usina do mundo. Isso por causa dessa visão curta da economia de mercado que olha só para o lado financeiro. Por isso que os bancos têm lucros extraordinários. Quer dizer, acho que a crise de energia é uma revelação empírica da falsidade desse modelo que não funciona para desenvolver o país. Funciona para manter a moeda estável e para os negócios, que vão sempre acumulando dinheiro em grupos particulares, em especial estrangeiros.

Comunità - Como as pessoas reagem quando isso é falado nas palestras?
Pinguelli - Lá na Sociedade Brasileira para o Progresso Científico (SBPC), numa palestra para umas 600 pessoas, um membro do governo foi muito censurado pela platéia, muito admoestado até. Eu, que coordenava a mesa, tive que tomar algumas medidas disciplinares para acalmar a platéia que ficou indignada. Isso porque as posições do governo são indefensáveis. Não se pode ver um edifício cair e dizer que o projeto foi bem feito, o azar fez o edifício cair. Se caiu alguma engenharia foi mal feita.

Comunità - Você acha que o susto com o sistema hidrelétrico, apesar deste ser um sistema extremamente confiável, pode fazer com que a opção pelas termelétricas seja definitiva?
Pinguelli - Hoje há um buraco aí. Precisa mesmo implantar termelétrica que é mais rápido. Mas deve se reabilitar a hidreletricidade. É mais barato. O investimento é caro, a energia é barata. Não se paga combustível. O problema do gás natural é que ficou caríssimo ter que pagar em dólar na Bolívia. Foi um contrato malfeito. Ou seja, há um paradoxo. Falta energia elétrica e sobra gás natural. Mas a médio e longo prazo a hidrelétrica ainda terá um papel no Brasil. Isso se houver um planejamento correto. A privatização empurrou muito para o gás natural, porque como a energia é mais cara, ganha-se mais. Apesar da parcela maior não ser do investimento, e sim do combustível. A empresa de energia ganha mais com o gás natural que com a hidrelétrica e o consumidor é que paga o preço. Então hoje há uma política voltada para o investidor, não para o consumidor, não para o desenvolvimento. Para o desenvolvimento e para o consumidor a hidrelétrica deve ser usada. Aí é uma questão política e as eleições, no ano que vem, serão decisivas. Caso se confirme esse modelo, aí vai continuar como está. A tarifa que já é caríssima vai aumentar muito. Se esse modelo for negado pela eleição, será preciso refazer isso. Não reestatizar, mas sim ter um modelo misto, com participação estatal. Aí terá que ser construído. Esse modelo não existe.

Comunità - Como seria a reorganização do Estado no modelo hidrelétrico?
Pinguelli - Hidrelétrica no Brasil era algo planejado. Nem sempre corretamente planejado, mas de qualquer modo havia essa idéia de manter o risco de 5%. Obras mais baratas, fazendo barragens guardando essa água, que chegava até a ser acumulada por cinco anos para prever possibilidades de seca, enfim a idéia era mais ou menos essa e funcionava com uma rede interligada. A participação privada que já existe agora vai exigir uma adaptação, mas de qualquer modo parcialmente essa adaptação já existe. O Operador Nacional de Sistemas (ONS) não operou como a idéia inicial da Coopers & Lybrand pretendia. Ele opera já levando em conta um balanço da situação da água. É confuso, mas já é feito. O problema maior será como planejar o investimento para não deixar acontecer o que aconteceu, que ninguém investiu e ficou sem energia.

Comunità - E você acha que depende muito das eleições...
Pinguelli - Se ganhar o Lula, eu acho que muda. Talvez se ganhar o Itamar Franco também. Eu ouvi também do próprio Ciro Gomes criticas profundas. O Garotinho também. Acho que a probabilidade de mudança se qualquer um desses candidatos ganhar é muito grande. Vai ter que se reconstruir o modelo elétrico. Mas repito, a questão vai além. E se esse modelo econômico for mudado, o setor de energia vai ter que ser mudado também. Não é impossível. A Índia não segue esse modelo. Tem a China, que é outro caso, ainda tem uma estrutura socialista, mas a Índia não é do mesmo tipo e não segue. Países importantes do terceiro mundo não estão exatamente nessa trilha, não seguem a receita, como o Brasil e a América Latina. A AL tinha uma posição, de países com uma economia intermediária, na década de 70, 80, e virou a década para 2000 como um continente inviável. O Brasil, a Argentina e o México tiveram que fazer praticamente uma descaracterização de suas economias nacionais. Ao entrar na NAFTA, o México tem hoje uma situação humilhante porque se entregou à economia americana. Tem alguns benefícios com isso, investimentos, mercado aberto, mas a sua população vive sonhando em pular o muro. O novo muro da vergonha, que antes separava Alemanha oriental da ocidental, hoje separa o sul dos Estados Unidos do México. Uma área guardada por cachorros, holofotes e metralhadoras. É uma economia muito dependente, subalterna, sem o sonho nacional. O que faz sobreviver Cuba. Isso é um problema do mundo. É a idéia de que ou você vive num tipo de comunidade, que atrai você, que você deseje estar nela ou você está se salvando de qualquer maneira numa selva. Tem que se restaurar uma sociedade com alguns valores, que não seja o vale tudo e a jogatina. A regra que existe é sempre para proteger os interesses maiores. Noam Chomsk, o famoso lingüista americano é muito brilhante nos seus escritos sobre a degradação moral desse sistema, que leva as pessoas à descrença ou a uma religião primitiva, uma religiosidade muito perigosa, que já apareceu com graves consequências no Japão e aqui na Guiana, quando várias pessoas se suicidaram. Você tem seitas japonesas horrendas. E a religiosidade que acontece em comunidades pobres às vezes tem o lado do desespero e, mesmo na classe média, há um culto ao irracionalismo. É um retorno a uma época anterior ao Iluminismo europeu do século 17. Parece que estamos no princípio do século 16.

Comunità - Um retorno à barbárie...
Pinguelli - É. As pessoas fazem coisas absurdas, irracionais, coisas sem nexo. Isso é apavorante. A eleição do Berlusconi na Itália é uma coisa chocante. Talvez um paralelo com Mussolini. Não que ele seja fascista como o Mussolini, mas a essência é a mesma. É uma brutalidade que não faz jus à história da Itália. E em particular ao desenvolvimento político que a Itália teve ao longo do tempo, marcado pela resistência no pós-guerra. Uma sociedade que foi assumindo certos valores e que de repente joga tudo pela janela e aposta no bruxo. O próprio governo americano. A figura do atual presidente americano é assustadora. As declarações de se recuperar a possibilidade de uso de armas nucleares, acabar com a política de controle da poluição ambiental, do efeito estufa. É uma besta do apocalipse.

Comunità - Já que tocamos na questão do efeito estufa, fale um pouco sobre a construção de termelétricas e a relação com o protocolo de Kioto, que prevê a diminuição da poluição ambiental.
Pinguelli - A termeletricidade vai piorar a situação do Brasil. É um país que emite pouco gás de efeito estufa na produção de energia, mas passando para a termeletricidade vai aumentar.

Comunità - A usina nuclear não é uma boa solução?
Pinguelli - A usina nuclear não tem nada a ver com isso, porque ela demora muito a ficar pronta. Não há problema em se fazer uma usina nuclear, mas não serve para resolver problema de crise.

Comunità - Suponhamos que o sistema hidrelétrico estivesse restabelecido. Seria preciso ainda uma garantia para as épocas secas. Para dar essa garantia a usina nuclear seria uma opção melhor que a termelétrica?
Pinguelli - Não. A usina nuclear só tem uma vantagem, é que ela não emite gases poluentes. Essa é uma vantagem real. Agora tem o problema dos riscos nucleares e dos custos. Eu não vejo que ela seja, hoje, no Brasil, a solução para nada. Ela pode ser feita como uma opção para o futuro, para manter o conhecimento tecnológico. É quase uma escola de conhecimento, o que no futuro pode ser útil. Hoje não.

Comunità - Mesmo que a implantação de termelétricas esteja relacionada a esse acordo com a Bolívia, no qual o gás tem que ser comprado mesmo que não seja utilizado?
Pinguelli - O que tinha que se fazer era o governo controlar melhor isso tudo, e não deixar os grupos privados aproveitarem para ganhar muito dinheiro.

Comunità - Seria fazer acordos mais vantajosos para o país?
Pinguelli - Deveria-se mudar o acordo com a Bolívia, renegociá-lo, ter uma posição diplomática mais atuante. De outro lado, teria-se que impor às empresas investidoras condições mais rigorosas e, ao mesmo tempo dar maior papel às empresas estatais, que estão com as mãos atadas por causa dessa política econômica. Se se fizesse isso poderia ter uma melhor solução para a termelétrica do que está tendo.

Comunità - A Itália e a Alemanha estão utilizando energia eólica, que também é limpa e de graça.
Pinguelli - Ela tem que ser usada em locais que não são tão disponíveis assim. O custo ainda é grande mas tende a baixar. Mas concordo que energia eólica é muito interessante.

Comunità - Que contribuições ou parcerias poderiam ser realizadas com a Itália?
Pinguelli - A Itália é um país admirável, que pode nos dar contribuições culturais e intelectuais incríveis. Também tem um lado científico ecológico avançado. Trabalhei na Itália há muitos anos atrás numa área em que a Itália era muito avançada na época. Eram os chamados modelos de partículas elementares da física. Os italianos deram contribuições magníficas, modelos muito engenhosos de imaginar a estrutura da matéria. Um grande número de físicos italianos muito ilustres na época deram até nomes a esses modelos importantes. A Itália é um país muito criativo na tecnologia. Ela sempre teve nichos muito significativos. Tecnologia nuclear por exemplo. Em parte do projeto de Angra estava presente um grupo de grandes estatais italianas, que eram unificadas dentro de um conjunto. Na construção dos reatores avançados estavam lá os franceses e os italianos, presentes nas tecnologias mais complicadas. A Itália dá ao Brasil um certo exemplo de como sobreviver a todos os governos. Como prosperar apesar da bagunça. Ou como ter uma bagunça produtiva. À primeira vista a Itália parece o caos quando se compara a países europeus como a Alemanha, ou mesmo à Inglaterra ou a França. Mas a prosperidade italiana e a maneira de governar são muito interessantes. Existe um campo imenso de aproximação que o Brasil poderia ter com a Itália.

Comunità - E o sistema energético italiano?
Pinguelli - Na área de energia, a Itália se beneficia de estar dentro da Europa, ela suspendeu o uso de energia nuclear, mas importa a eletricidade francesa, que é gerada através de reatores nucleares. Utiliza muito óleo, gás natural. Tem duas grandes empresas, a Eni e a Enel, que se abriram ao capital privado, mas mantém ainda um controle estatal importante, pragmático. Na área de petróleo, eu tive contatos importantes com representantes da Agip italiana, que vieram investir no Brasil e estabeleceram algumas relações aqui com a universidade, com a COPPE em particular, ligada a Petrobras. Acho que precisa um certo pragmatismo mesmo dos dois países. Não se pode mais apostar tudo numa idéia da socialização da economia, que me parece que não foi muito operacional, pelo menos na maneira como foi aplicada em muitos países, e nem acho que se pode ter uma ilusão de um mundo estável e uma sociedade justa e equilibrada dentro desse imperialismo aí, dessa chamada globalização.