Genovês
de nascimento incerto, entre setembro de 1933 e fevereiro de 1934, Mino
Carta é considerado um mito. Sua contribuição ao
jornalismo brasileiro vai desde a fundação de várias
publicações como Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ,
Quatro Rodas e Jornal da República, até o exemplo de atitude
contestadora e de defesa da verdade factual na imprensa. "Os jornalistas
brasileiros se orgulham de escrever com 50 palavras. Tudo pode ser dito
em 30 linhas. Isso é uma vergonha! O jornalismo é o exercício
do espírito crítico, ele deve fiscalizar o poder e não
fazer parte dele", define Mino. Suas impressões sobre a
história recente do Brasil foram impressas em "O Castelo
da Âmbar", pela editora Record, lançado em dezembro.
Nesse livro, que já vendeu 13 mil cópias, Mino desfia
relações da imprensa com o poder e relata como seus companheiros
se venderam e políticos, conhecidos do grande público,
traíram princípios.
E quando critica, o
jornalista italiano o faz com conhecimento de causa e, principalmente,
com muita convicção. Não fosse assim, se calava
diante de poderosos como, seu alvo preferido, o conterrâneo
Roberto Civita. Contra o dono da Editora Abril e ex-patrão,
Mino delata podres com raiva visceral. "Se o que eu digo desses
pilantras fossem inverdades já teriam me processado, no entanto
nem ao menos me desmentem". O jornalista, que iniciou sua carreira
em 1950 cobrindo a Copa do Mundo para Il Messaggero, de Roma, diz
que só continuou no jornalismo pelo Brasil. Pintor conceituado
e brasileiro por opção, vê com pessimismo a situação
político-social brasileira e sente saudades do tempo em que,
mesmo com a ditadura, existia ao menos posições bem
definidas.
Com um consistente
sotaque italiano e entre risos abertos, Mino Carta, diretor da revista
Carta Capital, conversou com Comunità sobre a imprensa brasileira,
a situação social do país e de sua decepção
com o novo cenário político italiano. Conhecido pelo
seu estilo elegante de se vestir, o jornalista das antigas não
abre mão de continuar exercendo a profissão de forma
combativa e adianta que já está trabalhando nas próximas
aventuras de Mercúrcio Parla, um jornalista nascido num outro
país. Coincidência? Mino diz que não e afirma
que não pretende dar descanso à sua olivetti studio
tão cedo.
Comunità
- Você fala que se tornou jornalista por causa do Brasil. Se
estivesse na Itália acredita que esta seria a sua profissão?
Mino Carta -
Acredito que não, mas também não posso afirmar
categoricamente coisa alguma porque a história não se
faz com "se". Mas eu acabei acreditando na profissão
porque estando aqui, vivendo aqui uma ditadura fardada, me convenci
que ser jornalista tinha alguma utilidade, alguma serventia para tentar
impedir que a história fosse escrita pelos vencedores. Normalmente
ela é escrita por eles, isto é claro, mas você
como jornalista tem a chance de deixar para o futuro alguma anotação,
alguma coisa que poderá, eventualmente, sobreviver à
versão dos vencedores.
Comunità
- Em "Castelo de Âmbar", você fala muito da
imprensa comprometida com o poder, citando diversos exemplos dessa
relação. Comparando com o período da ditadura,
você acredita que naquela época as perspectivas eram
melhores?
Carta - Na época
da ditadura as coisas eram mais fáceis, de certo modo, pois
você estava do lado dela ou contra ela. Então as definições
eram muito simples. Hoje vivemos um momento em que a situação
permite confusões maiores. Agora acho que a imprensa brasileira
mostrou realmente o que ela é com o fim da ditadura, porque
mostrou que serve automaticamente ao poder, porque ela faz parte do
poder. E não vejo por aí grandes chances de uma redenção.
Este é o destino da imprensa brasileira até o dia em
que houver um abalo sísmico forte o suficiente para mudar a
estrutura do poder, para mudar as relações, as correlações,
enfim, para alterar o rumo da história. Enquanto não
houver este abalo sísmico, o poder permanecerá na mão
das mesmas pessoas e a imprensa continuará a ser o que é.
Comunità
- É por isso que o senhor tem uma visão pessimista quanto
ao futuro do país, em relação ao otimismo brasileiro?
Carta - Bom,
o otimismo brasileiro é uma coisa meio mística, e, portanto,
não pode ser encarado a partir da racionalidade; com racionali-dade.
Aí não é razão, a razão não
existe! O otimismo brasileiro é determinado simplesmente pela
emoção e, portanto, ele deve ser analisado assim como
você analisa a fé religiosa. É a mesma coisa.
Este é o otimismo brasileiro. Agora, o pessimismo é
um traço da inteligência, certamente. Você não
consegue ser realista e encarar os fatos como eles são, à
luz da razão, sem ser pessimista. O pessimismo é inerente
ao exercício da inteligência. O pessimismo, pode ser
entendido como ceticismo. A natureza humana tem suas falhas... Agora,
eu sou muito otimista em relação a mim mesmo. Nunca
esmoreço, nunca entrego os pontos. Eu vou em todas as bolas,
a não ser que me atirem uma bala na cabeça. Mas, em
relação ao país, francamente, eu não sou
otimista.
Comunità
- 2001 começa com uma onda de otimismo para a economia, que
é refletido pela mídia através dos índices
econômicos. Você acha que existe comprometimento nessa
divulgação? Qual análise você faz desse
início de milênio?
Carta - Sobre
a imprensa brasileira e a mídia em geral essa é a demonstração
de um teorema, pelo menos é o meu teorema. É um bando
de pilantras que servem ao poder e escrevem umas besteiras. Nós
somos os campeões mundiais de má distribuição
de renda. Isso não vai mudar nada. Nosso PIB, mesmo bem distribuído,
seria totalmente insuficiente para fazer um país moderno. Teríamos
uns 3500 dólares de renda média per capita. A nossa
moeda é uma ficção, não existe, não
tem cursos. Você não troca o Real onde for, nem mesmo
na Nigéria. Então esse é o Brasil. Tem uma população
de analfabetos desesperados que não saíram da escravidão
e os caras ainda acham que temos que ser otimistas e basta ser otimista
para que as coisas dêem certo. Para piorar temos um oportunista
na presidência da república.
Comunità
- Você diz ser o MST a única coisa séria neste
país no momento. De onde vem esta admiração e
por quê?
Carta - Olha
não é uma grande admiração, é um
registro jornalístico. Quer dizer, o MST é um movimento
que se esforça e luta por uma causa justa e o faz com o mínimo
de organização, sem trair, ao meu ver, os interesses
desses miseráveis que reivindicam apenas um pedacinho de terra
para poder cultivar em um país onde 50% das terras está
na mão de 1% da população. Dá para discutir
essas coisas? É inacreditável que tenhamos que discutir
essas coisas que são de uma evidência solar.
Comunità
- Sua formação italiana foi importante à sua
personalidade contestadora?
Carta - Eu acho
que sou bastante italiano em tudo e por tudo, e tenho orgulho disso.
Lamento apenas que neste momento, na Itália, exista um fantasma
chamado Berlusconi (Forza Italia) que poderá eventualmente
ganhar as próximas eleições. Isso realmente é
uma demonstração de que a Itália atravessa um
período terrível, não tanto do ponto de vista
econômico. A Itália é uma sociedade do bem-estar,
muito bem sucedida neste ponto de vista. Mas me parece que o bem-estar
não trouxe para o cidadão a capacidade de raciocinar
em torno das razões deste bem-estar. Na verdade, o bem-estar
foi alcançado na Itália graças à presença
de partidos de esquerda, que eram realmente partidos de esquerda,
e de sindicatos, que eram realmente sindicatos. Graças à
pressão política e a pressão sindical, os donos
do poder tiveram de entregar os anéis. Houve uma distribuição
melhor da renda e isso tornou a Itália uma sociedade do bem-estar.
Foi isso que realmente contribuiu de forma decisiva para tanto. Agora,
a Itália atravessa um momento grave, ao meu ver, por que a
sociedade do bem-estar acredita que pode progredir com um tal de Berlusconi,
o qual é um mafioso de gravata e de sapato lustroso.
Comunità
- Você esteve presente nos dois países no período
do pós-guerra. O que faltou para o Brasil chegar ao desenvolvimento
econômico da Itália?
Carta - Acho
que aí comparações não são possíveis.
A Itália tem três mil anos de história nas costas
e o Brasil é um país novo. A Itália é
um país onde as mudanças, as miscigenações
aconteceram há muito tempo, enquanto que aqui estamos vivendo
ainda uma fase de acerto. Não sabemos que povo somos. Acho
que nós não temos ainda uma nação na acepção
correta do termo. Então acho que é um processo em andamento
e não acho que são comparáveis. Agora, acredito
que se tivéssemos vivido circunstâncias históricas
diversas daquelas em que vivemos e tivéssemos tido um proletariado
consciente da sua condição, com consciência de
classe, nós teríamos tido partidos de esquerda verdadeiros,
ao contrário dos que existem, e teríamos tido sindicatos
realmente eficazes, em função da massa com a qual poderíamos
contar e o destino teria sido outro. Infelizmente as circunstâncias
históricas também determinaram esta situação;
precipitaram esta situação em que vivemos. Nós,
no fundo, até hoje não saímos da escravidão.
Comunità
- Em um país onde há uma classe média forte essa
organização não seria mais facilitada? Aqui,
onde há um abismo social, a forma de organização
italiana caberia?
Carta - Veja,
acho que o que transformou um país como a Itália e outros
países europeus foi o fato também de que havia um proletariado
que tinha uma aspiração de virar classe média.
Tinha uma aspiração com a consciência da sua classe,
portanto estava disposta a lutar por isso e não aceitar as
coisas como elas estavam, impostas. A nossa pequena classe média,
na verdade, tem a aspiração de ser aristocracia e aqueles
que deveriam ser proletários têm a pretensão de
serem remediados, topam qualquer parada, e os miseráveis não
têm sequer consciência da sua cidadania. A classe média
na França fez a Revolução Francesa. A brasileira
não vai fazer revolução alguma. O povo menos
ainda. Então, ao meu ver, é este o problema, mas comparações
entre Itália e Brasil são impossíveis, assim
como outros países europeus, com um fardo de experiência,
às vezes até muito trágicas, mas que aprenderam
a viver. Nós ainda não aprendemos, e aqui, o poder é
para poucos. A nossa sociedade é muito pouco complexa, você
tem os ricos e os pobres.
Comunità
- Há mais de trinta anos no Brasil, o que permanece da cultura
italiana e o que de brasileiro começou a fazer parte da sua
vida?
Carta - Eu sou
um apaixonado pela Itália e, à medida que o tempo passa,
sinto cada vez mais forte as raízes, mas por outro lado, eu
fiz a escolha de viver aqui e, enfim, embora sem perder de vista a
minha origem, eu acabei virando um brasileiro também. Agora,
me sinto frequentemente uma pessoa deslocada, até porque sou
incapaz de participar desse tolo otimismo. Sou incapaz de torcer como
os brasileiros torcem. Entende? São coisas que tornam frequentemente
a minha vida difícil e até às vezes dolorosa.
Comunità
- Você participa desde a década de 50 na imprensa
brasileira e pode ser considerado um dos principais nomes do jornalismo
atual...
Carta - Agradeço
a indicação para este posto.
Comunità
- Você acha que a sua contribuição ao jornalismo
brasileiro já foi dada?
Carta - Eu nunca
pensei em dar uma contribuição (risos). Nunca pensei
em ser um mestre de coisa alguma, eu pensei no país, pensei
nos meus leitores. É isso que penso, não me preocupo
em dar contribuição ao jornalismo brasileiro, mesmo
porque acho o jornalismo brasileiro lamentável, muito ruim,
mas excepcionalmente ruim. Aliás, Eric Robsbawn diz que o país
de Gana é melhor que do o Brasil. Eu acho que ele está
certo! E não há nenhuma razão para supor que
a nossa imprensa seja melhor que a de Gana.
Comunità
- No Castelo de Âmbar fica explícito o seu ressentimento
com os Civita...
Carta - Ressentimento
não, ressentimento não tem nada a ver! Eu quero expor
a história como ela é. E, aliás, por que não
me processam? Por que não me desmentem? Porque a história
foi exatamente como eu a conto. Aquilo é verdade factual. Sabe
qual a diferença entre a verdade factual e a que cada um carrega
dentro de sí próprio? É como quando a revista
Carta Capital fala do sr. Daniel Dantas e o seu Daniel Dantas fica
quieto. Agora, trata-se de gente da pior qualidade, gente que está
aqui para predar e para fazer com que o país permaneça
nesta espécie de limbo trágico. Este é o destino
da Editora Abril.
Comunità
- Poderia nos falar um pouco mais sobre esse capítulo?
Carta - A personagem
principal conta a história verdadeira de época, dos
últimos dois anos em que vivi lá na Veja. A história
é rigorosamente verdadeira. Olha, me ligou há pouco
um grande empresário brasileiro, mas muito grande, e ele me
disse o seguinte: li o seu livro, gostei muito, achei ótimo
e compartilho absolutamente com tudo, sua discrição
do Roberto Civita bate exatamente com o que eu sempre pensei dele.
Comunità
- É interessante que isto aconteça justamente contra
um connazionale...
Carta - Não
é um connazionale! O Roberto Civita nunca gostou da Itália.
Comunità
- Nunca gostou da Itália?
Carta - Não.
Ele acha a Itália um paiseco. Ele gosta é dos Estados
Unidos. Eles são judeus, e não vejo mal nenhum nisso,
evidentemente. Se refugiaram nos EUA, antes que a guerra eclodisse,
e fizeram muito bem em se deslocar, mas ele tem uma formação
totalmente americana. Ele fala mal italiano com sotaque inglês,
assim como fala mal português. Basta ler a cartinha que ele
escreve na carta do editor da última veja (nº 1 de janeiro):
é uma beleza. É um texto dele. Ele consegue sapecar
três gerúndios na primeira oração. É
um pobre diabo. Aliás a sogra dele, uma senhora muito simpática
e interessante, se atirou do último andar do edifícil
do hotel Cadoro, aqui em São Paulo, desesperada com o tratamento
da família Civita em relação a ela.
Comunità
- Você falou do limbo. Há um pouco do estilo dantesco
em seu livro?
Carta - Dante?
(risos) Não, espera aí! A história de Dante é
uma Commedia à vida. Um extraordinário trabalho de valor
estético e filosófico superior, uma espécie de
balanço da Idade Média para preparar a Idade Moderna.
O meu castelo de Âmbar é um esforço medíocre
de um jornalista secundário.
Comunità
- Já pensou em algum instante em voltar definitivamente
para a Itália?
Carta - Em outros
momentos de minha vida sim. Atualmente, sem dúvida não.
Eu tive algumas oportunidades profissionais de voltar à Itália
ainda na década de 60, mas logo aconteceu o golpe de 64 e eu
achei que devia ficar aqui, pela dramaticidade do momento. Hoje em
dia não tenho a menor dúvida de que meu lugar é
esse.
Comunità
- Você veio ao Brasil há cinqüenta anos...
Carta - Não.
Vim para cá menino em 46 e depois voltei por quatro anos em
56, a trabalho. Depois voltei para cá em 60, e estou aqui desde
50. Vim com meu pai e voltei ao Brasil definitivamente em 60. Mas
eu vou freqüentemente à Itália várias vezes
ao ano e fui passar lá as festas de fim de ano.
Comunità
- E o que o senhor aprecia da cozinha italiana, tem alguma receita
em especial da sua região?
Carta - (risos)
Eu gosto de tudo. Um prato é muito pouco. Há várias
cozinhas regionais italianas, em todas há pratos absolutamente
extraordinários...
Comunità
- O senhor não quer se comprometer?
Carta - Não!
(esbraveja) Não sou uma pessoa que tenha medo de se comprometer
nunca! Sempre digo o que penso, mas seria muito difícil dizer:
"eu prefiro este prato". Agora, se você quer saber,
eu viveria todo dia a base de massas, mudando só os molhos.
Massa para mim é uma coisa imbatível! (risos). Eu mesmo
sei fazer a receita de seis maneiras diferentes.
Comunità
- Você fala de uma amizade italiana com Delfim Netto. Como você
define esse tipo de amizade mesmo com posições políticas
tão diferentes?
Carta - Hoje
em dia, veja, o Delfim e eu pensamos igual em muitas questões.
Em relação à política econômica
brasileira, por exemplo, hoje nós pensamos igualmente. Em relação
à globalização e ao neoliberalismo, nós
pensamos muito parecido. Houve tempos em que ele estava de um lado
e eu estava de outro. Mas ele, de uma certa maneira, sempre me tratou
com muito respeito. Isso se deve ao fato que ele via em mim um italiano!
De muitos pontos de vista ele se considera um italiano também.
Então ele sempre teve respeito a minha pessoa embora tivéssemos
idéias opostas, em certo momento, pelo menos em relação
a muita coisa.
Comunità
- E quanto a seu hobby com a pintura...
Carta - A pintura
não é um hobby! Para um cara que já vendeu mais
de 300 telas, não pode ser um hobby.
Comunità
- É uma paixão?
Carta - Não.
É um trabalho. É um trabalho como outro. Eu já
vendi mais de 300 telas em exposições em Londres, em
Antuérpia em Milão, fiz três exposições
no Museu de Arte Moderna de São Paulo, você acha que
é um hobby?
Comunità
- Mas esse trabalho estaria relacionado à sua formação
italiana?
Carta - Eu gosto
de pintar porque eu gosto de pintar, desde criança eu queria
ser pintor, então certamente tem uma influência da Arte
italiana. Meu pai me orientou muito, ele gostava de arte e era professor
de história da Arte, além de ser jornalista. Ele estimulou
em mim esta vontade. Eu trabalhei em Milão com o pintor Carlo
Carrà, que é um dos maiores pintores italianos do século,
mesmo que por um breve tempo.
Comunità
- Sabemos que você dará uma continuação
a Castelo de Âmbar. Poderia nos adiantar algo sobre esse futuro
trabalho?
Carta - É
uma retomada do personagem Mercúcio Parla que se mostra mais
como indivíduo e cidadão que como um jornalista. Se
trataria de um texto escrito na terceira pessoa porque Mercúcio
Parla só escreveu aquilo que está publicado.
Comunità
- Você ainda escreve com máquina de escrever?
Carta - Escrevo
em minha olivetti studio.
Comunità
- Não vai se render ao computador?
Carta - Não
sei... (pausa), mas olha, até o momento o problema não
é de rendição. O problema é que o computador
me assusta de certa forma.
Comunità
- Mas por quê?
Carta - Porque
ele tem uma linguagem que não é a minha. É uma
lacuna minha, eu sei que é. Isto demonstra apenas que sou um
homem que tem seus limites.
Comunità
- E por quanto tempo o jornalista Mino Carta vai continuar desafiando
os poderosos em sua olivetti?
Carta - Isso
parece que está nos designes da natureza (risos). Não
cabe a mim dizer até quando. Acho que morrerei fazendo meu
trabalho. Não vou parar. Enquanto tiver fôlego vou na
bola.