Em
qualquer roda de bate-papo sobre teatro, cinema ou televisão,
quando o tema é interpretação de personagens italianos,
o primeiro nome que vem à tona é o de Raul Cortez. Não
é para menos. O ator, que vem conquistando o público com
o divertido personagem Francesco de Terra nostra, confessa, em entrevista
exclusiva ao Comunità, toda a sua paixão pelas coisas
da Itália.
Mais adiante, Cortez
fala da brilhante carreira, que, segundo ele, foi moldada basicamente
no teatro, onde nomes como os de José Celso Martinez Corrêa,
Flávio Rangel, Cacilda Becker, Sérgio Cardoso e Jardel
Filho foram referências inigualáveis. Aliás, o
ator, que raríssimas vezes pisa em palcos cariocas, promete
retornar ao Rio com a peça "Um Certo Olhar - Pessoa e
Lorca", do oriundi José Possi Neto, provavelmente no início
do próximo ano.
Para muitos, Berdinazzi
e Francesco são os únicos personagens italianos que
fazem parte da vasta galeria de tipos de Cortez. Ledo engano. Durante
a entrevista, o ator recordou de uma peça, ainda no início
da carreira, em que interpretou um contestador engenheiro italiano
demitido da fábrica em que trabalhava. "Fui ovacionado
(...) acho que dou sorte com os italianos", diz o ator, que,
além de ter vários amigos italianos, em São Paulo,
volta e meia visita a península. "Ser paulista é
estar um pouco com o pé na Itália".
Comunità
Italiana - Seu sobrenome é genuinamente espanhol, mas sua
performance em duas novelas da TV Globo em que trabalhou convence-nos
de que se trata de um verdadeiro portador de alma italiana. Quando
surgiu essa afinidade com a cultura italiana?
Raul Cortez
- Tenho vários amigos italianos em São Paulo. Ser paulista
é estar um pouco com o pé na Itália. Já
tem toda uma tradição de colonização italiana
lá dentro. Quando comecei a fazer teatro, eu morava no Bexiga,
que é o Bela Vista. Toda aquela zona ali, totalmente povoada
por italianos, as cantinas, os moradores... também vou muito
à Itália. É o país que mais gosto de visitar,
juntamente com Espanha e Portugal. Embora eu não tenha descendência
italiana, sinto uma proximidade muito grande, o temperamento italiano,
a maneira deles serem, a maneira como brincam, o humor, essa coisa
passional que têm, gosto muito, me identifico bastante. Essa
admiração vinha já há muito tempo.
Comunità
- Já interpretou outros personagens italianos, além
do velho Berdinazzi, em "O Rei do Gado" e o atual Francesco?
Raul - Fiz no
teatro, muito tempo atrás, quando estava começando a
carreira. Era uma história sobre o Matarazzo, que foi escrita
por um ator chamado Abílio Pereira de Almeida. Chamava-se "O
Bezerro de Ouro". Eu fazia um engenheiro italiano que era despedido
pelo Matarazzo. E até hoje ainda lembro as primeiras falas.
Aliás, foi um dos primeiros aplausos em cena aberta que tive,
numa cena em que eu entrava reclamando porque havia sido despedido
e era ovacionado. Isso era muito engraçado. Acho que sempre
tive sorte com os italianos.
Comunità
- Depois dessa peça você imaginou que iria interpretar
outros personagens italianos?
Raul - De maneira
nenhuma. Quando o Benedito Ruy Barbosa me convidou, eu podia escolher,
inclusive, qual o personagem que gostaria de fazer. Na hora falei:
"o italiano". Ele disse: "mas não vai ficar
meio próximo do Berdinazzi?". Respondi: "não
sei". O fato de ser um desafio já é interessante,
além do que, não é por isso que tem que ser igual,
pois se fosse assim você não faria nunca personagens
brasileiros, porque falam a mesma língua.
Comunità
"Terra nostra" é uma novela que atrai várias
gerações. Você acha que esta talvez seja a produção
televisiva que melhor resgatou fatos históricos do país
nos últimos anos?
Raul - Não
quero ser injusto, mas não lembro de nenhuma que tenha feito
ou tenha essa intenção de retratar os fatos históricos
do país. Agora, também acho que o Benedito Ruy Barbosa
é perfeito nisso. As novelas dele têm uma identificação
nacional maravilhosa. Ele sempre fala dos problemas sociais e políticos
do país nas novelas dele. Agora está trazendo toda uma
memória do país. Evidentemente que em uma telenovela
você não pode se alongar em cada coisa que aconteceu,
mas são sempre dadas referências históricas em
tudo. Nós já fizemos cenas sobre a febre amarela, a
chegada dos imigrantes, do problema que existia entre eles e os fazendeiros.
Fizemos também uma luta que existiu em São Paulo entre
italianos e paulistas. Briga na rua mesmo; bandeiras levantadas: "Morra
Itália!", "Morra Brasil!". Foi uma coisa muito
séria.
Comunità
- O que mais tem chamado sua atenção na primeira fase
da novela?
Raul - Acho
que é a própria produção: a maneira que
está sendo feita. Refiro-me ao texto, porque sou apaixonado
pelo Benedito Ruy Barbosa. Existe um cuidado muito grande com cenários,
figurino, a própria maneira de se colocar os personagens em
cena. Isso está me impressionando muito.
Comunità
- Você vai participar também da segunda fase da novela?
Raul - Não
sei ainda. Estou meio em dúvida porque o Benedito disse que
eu morreria em 1945. Me pergunto a que idade ele vai chegar. Daqui
a pouco o público vai dizer: "oh! Esse italiano não
morre nunca!".
Comunità
- Você ainda freqüenta as casas de seus amigos italianos
em São Paulo, festas típicas?
Raul - Bastante.
Tenho grandes amigos italianos lá. A gente está sempre
jantando, indo a teatros, festas...
Comunità
- O público tem achado que o seu italiano está ainda
melhor. Você fez algum curso de aperfeiçoamento do idioma,
para interpretar Francesco?
Raul - Eu fiz.
(risos...). Tenho uma professora chamada Michelina Bontempo. A conheci
em um centro de idiomas, em São Paulo. Lá, quando comecei
a fazer o Rei do Gado, fiquei interessado. Precisava de um professor
que me ensinasse o sotaque. E como ela é filha de italiano,
logo perguntei: "você pode me ensinar como o seu pai fala?".
Sempre dou os capítulos para ela e estudamos juntos o sotaque.
O pouco de italiano que sei aprendi através do sotaque, ou
seja, o inverso. (risos...).
Comunità
- Quantas vezes você foi à Itália?
Raul - Fiquei
morando em Roma durante um mês e meio, dois meses... Fiquei
com uns amigos que moravam lá. Fora isso, fui umas 4, 5, 6
vezes, não me lembro bem. Sempre que posso, vou para lá.
Mas ainda não conheci a Itália como queria conhecer.
Conheci alguns lugares, mas se você vai a Bari, como fui, uma
região que aparentemente não tem nada, não podemos
explicar aquela magia como a que senti, e tudo isso é absolutamente
incrível. Tem uns povoados incríveis, pessoas interessantíssimas.
E Veneza?! Já fui muitas vezes também... mas a Itália
inteira não conheci do jeito que queria.
Comunità
- O que mais te agrada na cultura italiana?
Raul - Gosto
do povo italiano, que acho absolutamente extraordinário. As
pessoas são belíssimas. Não só beleza
física, mas também beleza de vida. Eles têm uma
energia absolutamente incrível. Gosto muito da comida. É
a comida que mais como.
Comunità
- Qual o seu prato preferido?
Raul - São
massas, sempre. Adoro. Buscheta também acho fantástica.
Comunità
- E vinhos?
Raul - Vinho,
é uma coisa engraçada, só bebo lá (em
São Paulo). Não consigo beber aqui (no Rio). Não
me cai muito bem. Lá bebo muito vinho, aqui não.
Comunità
- Recentemente o curta-metragem "Imminentemente Luna", que
faz um retrato da velhice, teve você como um dos protagonistas.
A história é forte. O que representou esta interpretação
para você?
Raul - Parece,
inclusive, que o nome vai mudar para "Lua Cheia no Quarto Crescente",
que até achei mais poético. É a história
de dois velhos que se reúnem num asilo. Um deles está
esperando a morte. Não sai da cama. O outro ainda acredita
em alguma coisa; crê que se pode ter esperança. Esse
é o conflito entre esses dois tipos de velhice que acontece
nesse quarto de asilo. Não vou te contar mais porque é
surpresa.
Comunità
- Soube que ficou muito emocionado nas gravações...
Raul - Como
é que sabe disso?! (risos). Isso é informação,
não é?
Comunità
Soube inclusive que você chorou...
Raul - Ah...
se eu contar a história para você vou ficar emocionado;
vou chorar também.
Comunità
- Teve algum fato na sua vida que te lembrou disso?
Raul - Não.
Acho que foi a própria humanidade do texto, a situação.
Um ator está sempre se debruçando, como acho que deve
ser o ator, sobre o problema dos outros; vivendo a tragédia;
praticamente querendo recontar o que leu, o que viu. Tem várias
coisas que surpreendem, como esse homem que recentemente cortou a
mão para pagar dívida. Ele nem era um bandido, um malandro,
era um sujeito que só queria pagar as dívidas, isso
é uma tragédia. São tantas coisas... se você
fôr se aprofundar nisso... acho que isso é que faz a
vivência de um ator também. Você se emociona, porque
vê, pressente a emoção que as pessoas sentiram
para fazer esse tipo de coisa.
Comunità
- Da vasta lista cinematográfica em seu currículo, quais
as produções mais decisivas na sua carreira?
Raul - A última,
Labor Arcai, que fiz com Luís Fernando Carvalho, o mesmo que
dirigiu O Rei do Gado. Essa foi uma experiência muito marcante.
Marcou minha vida como ator e como pessoa também. Foi extraordinário.
Ficamos seis meses rodando o filme numa fazenda em Minas Gerais, divisa
com Rio de Janeiro, sem nenhuma comunicação, sem nenhum
contato com outros lugares. Não tinha televisão; não
tinha rádio; não tinha nada. Nós vivíamos
a vida de lavradores mesmo. Arávamos a terra, tocava junto
de boi, enfim, isso tudo que se faz. Ao mesmo tempo tivemos aulas
de dança árabe, da língua árabe, tivemos
aula sobre mitologia, palestras sobre o assunto que a gente estava
tratando. Foi uma experiência absolutamente incrível
que me marcou muito, apesar de o filme não ter sido exibido.
O filme vai ser exibido, primeiramente, nos festivais de Veneza, e
espero estar lá (risos...).
Comunità
- Benigni merecia ter ganho o Oscar?
Raul - Aí
é um assunto muito delicado (risos...). E muito polêmico
também. É a minha maneira de ver, pois Poliana a gente
vê que não tem 16 anos. Esse tema de holocausto não
tem nada a ver com os judeus, mas acho muito terrível brincar
assim, dessa forma. Acho que o filme tem várias coisas que
já vi em outros filmes italianos absolutamente maravilhosos.
Mas não estou querendo desmerecer. Estou simplesmente achando
que prefiro o nosso (Central do Brasil), não por eu ser brasileiro,
mas acho que tem uma realidade que pode ser transformada. Aquela (da
qual fala a Vida é Bela) não há mais nada a fazer,
já está no passado. Acho que é por isso que o
filme Central do Brasil, do Walter Salles, incomodou tanto. Esse inconformismo
que tem no filme do Benigni me irrita um pouco, me incomoda.
Comunità
- Como está sua peça "Um Certo Olhar - Pessoa e
Lorca", de José Possi Neto, em cartaz em São Paulo?
E quando virá para o Rio?
Raul - Estou
querendo trazê-la para cá em janeiro ou fevereiro. A
temporada vai até 28 de novembro, depois vou para o festival
do Porto, em Portugal, depois, retornamos com a peça aqui,
no Rio.
Comunità
- Federico Garcia Lorca e Fernando Pessoa representam dois estilos
da poesia bastante diferentes. Onde está o principal desafio
para você?
Raul - O principal
desafio foi ter unido esses dois num mesmo espetáculo e ter
mostrado que embora diferentes, são de uma identidade incrível.
São pessoas que na verdade se preocupam com o homem, e com
esse mistério incrível: de onde nós viemos, para
onde nós vamos... se o Lorca, por um lado, parece infantil,
juvenil, ingênuo, inocente, e o Fernando Pessoa todo recatado.
Então você percebe que o despudor não está
no Garcia Lorca, que teve uma vida pessoal quase pública e
obras passionais. O despudor está em Fernando Pessoa, isso
é inacreditável. Tem um poema dele que foi difícil
ensaiar. Ficava com muita vergonha (risos...).
Comunità
- Há quanto tempo você estava afastado do teatro?
Raul - Nunca
fiquei afastado do teatro. Sempre trabalhei minha vida inteira em
São Paulo. Pouquíssimas vezes vim ao Rio. Para um grupo
paulista vir para cá é muito difícil, porque
não encontra o espaço adequado; tem dificuldades de
hospedagem, de alimentação. Não tem as facilidades
que o elenco carioca tem quando vai a São Paulo. As peças
em São Paulo sempre ficam pelo menos um ano em cartaz, pois
as pessoas vão mais ao teatro lá.
Comunità
- Você se imaginaria não sendo ator?
Raul - Às
vezes me pergunto: "quando a vocação apareceu em
mim?". Quando criança. E a possibilidade de ser ator?
Digo: "senão eu vou ser jornalista, escritor". Sinto
um prazer tão grande de atuar e fico com tanta admiração
quando me pagam para fazer o que mais gosto. É uma integração
muito grande. (risos...) Minha justificativa de vida é ser
ator. Quando uma pessoa encontra a sua função, é
uma pessoa muito feliz pessoalmente e profissionalmente.
Comunità
- Qual ator serviu de espelho para sua formação?
Raul - Tiveram
vários, porque quando comecei a fazer teatro - antes fiz figuração
- fazia coadjuvância e fui subindo, assim, aos poucos e comecei
a aprender o que deveria ser aprendido e o que não deveria
ser aprendido (risos...). Tive uma escola ótima. Comecei a
fazer figuração no Teatro Brasileiro de Comédia
(antigo TBC), junto dos grandes atores e diretores da época.
Assistia a todos os ensaios, pois, como figuração, devia
estar presente o tempo inteiro. Mas tiveram figuras que marcaram muito
minha vida: Antunes Filho, como diretor, José Celso Martinez
Corrêa, Flávio Rangel, como atriz a Cacilda Becker, como
ator o Sérgio Cardoso e muitos outros atores que lembro com
saudades, como o Jardel Filho, por exemplo. Eram atores que tinham,
geralmente, uma certa loucura na maneira de ser, de trabalhar. Isso
sempre me atraiu muito.
Comunità
- Depois de "Terra nostra", qual o próximo passo?
Raul - O teatro,
com o Rei Lear, de Shakespeare, com a direção do João
Daniel, que é um diretor da Royal Shakespeare Company. Vamos
começar a trabalhar agora em janeiro. Deve estrear em maio
de 2000. Televisão, ainda não sei, mas espero que seja
uma coisa tão boa quanto a de Benedito Ruy Barbosa.
Comunità
- Você é considerado um dos atores mais charmosos da
TV brasileira. Como você lida com isso?
Raul - Só
da televisão me irrita um pouco. Acho que sou muito mais...
(Raul se diverte com a pergunta e ri muito...). Acho que é
um elogio muito legal, mas é uma coisa que aconteceu e isso
é engraçado, talvez pelo meu jeito de vestir e pelo
fato de ser tímido, ser alto e magro... isso me deixa um pouco
introvertido. E a vivência, que tenho bastante, e uma grande
bagagem, acho que isso faz o charme de uma pessoa.
Comunità
- Quais os principais desafios de um ator brasileiro hoje em dia?
Raul - Exercer
essa profissão, que é muito difícil. Exercê-la
com dignidade e sendo, acima de tudo, um artista. É muito difícil,
pois hoje em dia há uma mediocridade muito grande em nosso
país. A mídia só valoriza o que há de
mais vulgar e este é um grande problema para qualquer artista.
Seja nas artes plásticas, seja na literatura, na dança...
é muito difícil você ser um artista. É
bem diferente disso que há por aí dizendo que é
colega da gente, isso é terrível. (risos...).
Comunità
- A televisão é um bom caminho para se formar um ator?
Raul - Acho
que o teatro é. Porque a formação de um ator
exige um conhecimento de si próprio muito grande. Por isso,
para formar um ator, não acredito que o caminho seja a televisão.
Dentro de uma sociedade de consumo como a nossa todos esses valores,
o que os jovens vão pensar hoje em dia? O que é valorizado
hoje, não é a bunda que sai na Playboy e o cafetão
que sai na capa da Caras?
Comunità
- As novas gerações procuram a formação
teatral, mas de olho em algum papel na TV. Você acha que a consciência
de se fazer teatro deve ser resgatada?
Raul - Acho
que é importante você fazer teatro no sentido de que
o teatro quer dizer. O teatro modifica; o teatro amplia sua visão
de vida; o teatro acrescenta; responde perguntas. É impossível
você assistir a uma peça e sair sem ter algo acrescentado
à sua vida. Esse tipo de teatro que acho necessário
e que é difícil de se encontrar.
Comunità
- Há democracia no ingresso de atores na TV e, por que não,
no teatro?
Raul - Porque
o teatro é mais seletivo. O teatro é só para
quem tem talento, pois não há nada que te segure lá
no palco depois que abrem-se as cortinas. É um trabalho mais
profundo, que exige mais. A televisão é muito superficial.
Basta você ter uma boa imagem e falar textos em branco. Parece
que é mais fácil.
Comunità
- O que você fazia antes de ser ator?
Raul - Várias
coisas. Estudei direito, tive uma agência de publicidade, trabalhei
numa firma de importação inglesa, fui funcionário
público da Prefeitura municipal de São Paulo, trabalhei
no fórum, no Palácio da Justiça. Larguei tudo
quando resolvi fazer teatro e comecei a viver de figuração.
Comunità
- Você ainda tem a mania de colecionar CDs?
Raul - Tenho,
mas não sou exatamente um colecionador, apenas compro naturalmente.
Sempre acho que vou dirigir uma peça que tenha as músicas
mais estranhas possíveis, aí é só escolher
e levar. Mas não sou colecionador, nem teria tempo para isso.
Gostaria de me dedicar à fotografia, por exemplo. Tenho um
canil. Gosto muito de cachorro, crio Dobermans.
Comunità
- Suas filhas também querem seguir sua carreira?
Raul - Tenho
duas filhas. A Lígia já está casada e me deu
duas netas. Essa faz teatro, é uma ótima atriz e diretora,
escreve para teatro, tem duas escolas de teatro. Uma é a Casa
do Teatro, onde ela desenvolve a personalidade de crianças
e o outro, que é o melhor curso de teatro existente em São
Paulo, é o Teatro Escola Célia Helena, que ela herdou
da mãe. Como a Célia morreu, ela ficou tomando conta.
É uma mulher de uma atividade incrível. Tenho muito
orgulho dela. Ela ganhou o prêmio Mambembe, lá em São
Paulo, numa atuação. Já é uma mulher do
teatro. E a Maria, que é mais jovem, tem horror ao teatro;
tem horror ao sair comigo por causa dos fãs, dos refletores,
das câmeras fotográficas. Ela não quer nem saber
e isso é muito engraçado. Ela é extremamente
bonita e está estudando psicologia. (risos...).