Emilio Coco
Emilio Coco (San Marco
in Lamis, Itália 1940) desenvolve uma intensa atividade como
poeta, tradutor e editor, particularmente voltado para os estudos
hispânicos, vencedor de inúmeros prêmios, dentre
os quais o Aníbal Caro e o Alfonso X. A tradução
que segue é de Luis de Castro.
Non c´è
stato ottobre
in memoria di zia Franca
Che fai lassù
a quest´ora? Ti prepari
a recitare il vespro insieme agli angeli?
Avete corpo e voce in paradiso?
Ti reggi con fatica sulle gambe
o è il tuo andare lieve, senza impronte?
Trepidi fra gli squarci delle nuvole
per tuo nipote sempre più in ritardo?
Mentre la zia s´affanna tra i fornelli,
la sostieni nel passo vacillante?
Non ridere di me, non rampognarmi
se t´assillo con stupide domande.
Fa quasi un anno dalla tua partenza
e continui ostinata nel silenzio.
Mi basta una parola, almeno un cenno
che mi accerti che non c´è stato ottobre,
che stai in mezzo a noi, che per vederti
solo abbiamo bisogno di occhi nuovi.
Outubro não chegou
à memória
da tia Franca
Diz-me o que fazes agora
lá em cima?
Rezas com os anjos as vésperas?
Ainda tens voz e corpo lá no céu?
As pernas te sustentam com fadiga
ou teu passo é leve e sem rastro?
Ou tremes no rasgo das nuvens
por teu sobrinho que chega atrasado?
Enquanto a tia se moureja nos fogões
Segues em teus passos incertos:
Não rias de mim, não me censures
se te canso com perguntas vãs.
É que faz quase um ano que partiste,
mas segues obstinada em teu silêncio.
Basta-me uma palavra, um sinal
que me diga que outubro não chegou,
que estás entre nós e que podemos
ver-te quando tivermos outros olhos.